Venho de longe, venho fatigado …
Trago no rosto a marca da distância …
Transportou-me a saudade à minha infância,
Ao tempo em que vivia descuidado.
Tentei voltar a ver o sol ardente
Que iluminava a minha mocidade,
E apenas vi a ténue claridade
Dum lívido e nostálgico poente.
Quis abraçar as ilusões de então …
De novo, quis ouvir a melodia
Que a harpa da quimera me tangia,
Quando era alegre, e moço, o coração !
Amor não tinha … E agora que acordou
O coração, há tanto adormecido,
Ando sem norte, náufrago perdido,
No mar de dor que o sonho me deixou !
Venho cansado, venho de tão longe…
Fui relembrar a vida que vivi,
A desfiar, qual solitário monge,
Rosários de venturas que perdi ! …
José Maria Lopes de Araújo
Trago no rosto a marca da distância …
Transportou-me a saudade à minha infância,
Ao tempo em que vivia descuidado.
Tentei voltar a ver o sol ardente
Que iluminava a minha mocidade,
E apenas vi a ténue claridade
Dum lívido e nostálgico poente.
Quis abraçar as ilusões de então …
De novo, quis ouvir a melodia
Que a harpa da quimera me tangia,
Quando era alegre, e moço, o coração !
Amor não tinha … E agora que acordou
O coração, há tanto adormecido,
Ando sem norte, náufrago perdido,
No mar de dor que o sonho me deixou !
Venho cansado, venho de tão longe…
Fui relembrar a vida que vivi,
A desfiar, qual solitário monge,
Rosários de venturas que perdi ! …
José Maria Lopes de Araújo