" O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
Eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade no Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofias: tenho sentidos...
Se falo na natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."
Aberto Caieiro - O meu olhar
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
Eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade no Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofias: tenho sentidos...
Se falo na natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."
Aberto Caieiro - O meu olhar
5 Comments:
Não escreves mais no outro blog? Lindo esse poema.
Beijos.
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Vica, at 01 dezembro, 2005 05:07
Como se diz em Portugal? Nossa, tu não acreditaria na quantidade de ursinhos e outros bichos de pelúcia que tenho! São muitos, mesmo. Claro que alguns eu vou ter que guardar, porque são especiais para mim, mas vou doar a maioria, bem lavados e embrulhados para presente.
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Vica, at 01 dezembro, 2005 07:53
Deve ser do dia...
Hoje não vi muitos blogs..mas dos que vi, pelo menos 5 tinham poemas de fernando pessoa..
Será do espirito natalicio que se avizinha? Ou será que ele é o Camoões da era moderna ;)
beijos***
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Anónimo, at 01 dezembro, 2005 14:15
Gostei do texto...
mas tenho que dizer cada um escreve o que sente...
mas nem tudo o que é escrito é sentido da mesma forma por todos...
Assim eu penso ;)
tem um bom fim de semana ana ;)
diverte ;)
um beijinho ;)
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João Duque, at 02 dezembro, 2005 03:50
É lindíssimo o poema!
Escolhes sempre poemas muito ao meu gosto!
Desejo-te um excelente resto de Domingo...
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GNM, at 04 dezembro, 2005 11:29
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