Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Porque tão longe ir pôr o que está perto-
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este é o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és dele.
Ricardo Reis, Odes
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Porque tão longe ir pôr o que está perto-
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este é o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és dele.
Ricardo Reis, Odes
3 Comments:
R.Reis é o clássico dos heterónimos!
carpe die.
;)
By
nana, at 22 outubro, 2005 07:28
... viver o presente é algo que nos esquecemos e passamos a vida a adiar decisões para futuros incertos... :)
Bom fim de semana
By
segurademim, at 22 outubro, 2005 07:59
Poema tem palavras dificeis... o SrºPessoa era um gaju complicado!!
beijos****
By
Anónimo, at 23 outubro, 2005 02:08
Enviar um comentário
<< Home